domingo, 25 de abril de 2010

Chico Xavier

Como muitos sabem, o filme que retrata um trecho desta existência de Chico Xavier está sendo apresentado nos cinemas. Desde que vi o trailer, a cerca de dois meses, fiquei aguardando a entrada em cartaz. Como sempre faço, espero algumas semanas para poder assistir ao filme com um pouco mais de conforto. Faço isso porque nas primeiras semanas geralmente as salas ficam mais lotadas, e sabemos que onde se junta muita gente acontecem os mais lamentáveis atos de desrespeito, celulares ligados e tocando, conversas paralelas, risadas fora de hora, gente trocando torpedos, coisas do tipo. Enfim, esperei algumas semanas para evitar tudo isso.

Nesse meio tempo, a Ana, colega de trabalho, acabou vendo a película antes de mim. O que me contou da experiência só aguçou em mim o desejo de vê-lo também. Uma das reações mais interessantes que ela percebeu foi o fato de que ninguém se levantou das poltronas até o final dos letreiros, o que é por si só um fato inusitado. Outra coisa que me contou foi que todos saíram em silêncio e sem nenhum atropelo.

Finalmente, ontem fomos ao cinema assistir ao filme. Ao entrar na sala fiquei espantado. Um filme nacional, de produção barata, com um assunto bastante específico e com algumas semanas de exibição e... a sala praticamente lotada! Tivemos algum trabalho para encontrar um bom local para nos sentar, mas enfim, encontramos um perfeito, bem ao gosto, da metade para cima, próximo ao centro da fileira.

O filme inicia e notei que algo que não via a um bom tempo acontecia: as pessoas assistiam atentamente, sem conversas paralelas, em silêncio, concentradas. O silêncio foi quebrado apenas em momentos mais chocantes ou mais engraçados, algo muito natural.

Mas, voltando ao filme, foi uma experiência maravilhosa. A simplicidade da personalidade do Chico, sua tranquilidade diante dos momentos mais ásperos, o profundo sofrimento pelo qual passou em determinados episódios, e a quebra da falsa imagem de que ele foi nesta existência um ser pefeito, tudo isso teve em mim o efeito de por alguma forma, me aproximar mais dele. Percebi que ele não é um ser inatingível, um objetivo inalcançável. Ele é humano, e vestiu a mesma carne e ossos que eu. A possibilidade de vê-lo assim, tão humano, me mostrou que é possível a todos nós, até mesmo eu, tão falho e fraco, nos aproximarmos de seu exemplo e vivermos uma vida de amor e caridade, mesmo que dentro de nossas limitações.

Além disso, o filme em si foi muito emocionante. Me peguei por diversas vezes com os olhos marejados, principalmente nos momentos em que suas psicografias foram reproduzidas.

E, ao final, os letreiros começam a ser exibidos. Todos no cinema sentados, atentos ao que se passava. Longos minutos se passam e todos estão com os olhos grudados na telona. Os letreiros terminam, acendem-se as luzes e o silêncio se mantém. As pessoas levantam-se e, calmamente, saem da sala, em silêncio.

Acho que tínhamos acabado de terminar uma sessão espírita. A impressão era a mesma de quando todos saem do centro e vão para suas casas, mais leves, limpos, com o pensamento elevado. Tenho a impressão que todos recebemos um passe, saímos dalí abençoados.

Fica para vocês o trailer do filme. Quem não o viu, vá, recomendo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário