quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Zoológico caseiro

Desde criança sempre tive algum animalzinho em casa. Desde muito pequeno convivo com meus melhores amigos, os cães. O primeiro de que tenho lembrança nem ficava em casa. Era o vira-lata chamado Leão que meu avô criava no quintal. Ficava todo o tempo preso a uma corrente e era extremamente bravo. Ninguém chegava perto. Era alimentado usando-se uma vara de bambu que empurrava a lata com a comida. Todos morriam de medo do bicho, mas o mantinham pela segurança que passava. Vai daí que em uma bela tarde, estávamos em visita a meus avós e eis que de repente eu desapareço da sala. Corre daqui, corre dali... um grito! Minha mãe me descobre ao lado do tal cachorro, pendurado a uma orelha, puxando, e o monstro que metia medo a todos pacientemente suportando a dor do meu “carinho” sem sequer mexer um músculo... A dificuldade foi me tirarem dali. O Leão passou a me defender e tiveram que enganá-lo de alguma forma e me puxaram de lá.

Assim começou minha história com animais de estimação. Desde esse tempo até hoje me lembro de raríssimos momentos nos quais não tinha algum bichinho por perto. De todos meus amigos animais, a que mais me faz falta e a quem jamais esquecerei, pelo forte amor que tínhamos é minha cadelinha Pituca, uma Fox Paulistinha (Terrier Brasileiro, se preferirem). Ela viveu conosco por 17 anos e esteve a nosso lado suportando todos os problemas fielmente. Tivemos momentos de bonança e muitos, muitos mesmo de extremo sofrimento. Ela sempre ali, sem nunca reclamar, nos dando seu amor e carinho. Essa foi uma heroína que estará eternamente em nossos corações.

Mas não criei este post para falar dela, isso vai ficar para um momento mais especial. Ela merece bem mais do que apenas algumas linhas. Minha idéia é contar como minha casa foi se transformando em um pequeno zoológico particular. 

Bem, sempre tivemos cães em casa, às vezes mais de um e uma vez chegamos a cinco! E tivemos diversas raças também: Pastor Alemão, Pastor Belga, Fila, Vira-latas, Pequineses e os preferidos, os Fox Paulistinhas. Depois da partida da Pituca, sobrou apenas uma tartaruga tigre d’água que encontramos perdida em uma rua em Peruíbe, quatro anos atrás. Era um filhotinho bem pequenino, não mais de três centímetros. Alguém a comprou e levou para casa, mas por algum motivo se arrependeu e jogou fora. Não entendo como alguém pode ser tão cruel. Achamos que estivesse morta e quando ia jogá-la no mato do terreno baldio em frente, ela deu uma leve mexida em uma das patas. Opa! Está viva! Levamos para casa, cuidamos com todo carinho, demos alimentação e um ambiente adequado. Quando estava forte pensamos em levá-la a algum órgão competente para que fosse cuidada, pois logicamente, tinha sido capturada na natureza de forma ilegal, pois não possuía nenhuma identificação. Mas convença minha família a deixar qualquer bicho sair de casa... Temos um lema, aqui o bicho entra, mas jamais sai... hehehe!!! Pensamos bem e, como bem sabemos, os “órgãos competentes” normalmente não são tão competentes assim. Ela havia se adaptado tão bem em casa, por que não continuar assim? Lá se vão quatro anos, e a Bete (gostaram do nome?) vive bela, feliz e com saúde em seu terrário, onde recebe alimentação de primeira (isso merece um post à parte, acreditem!). É extremamente ativa e curiosa. Mas a coisa não para aí...

Maio de 2010, véspera do dia das mães. Eu e minha filha saímos em busca de um presente para minha mulher. O que comprar? Procura, fuça lojas e mais lojas e nada do que via me despertava aquela sensação de “achei”... Foi quando minha filha teve a idéia... Passamos em um pet shop e compramos um lindo machinho de Fox Paulistinha. Talvez tenha sido o melhor presente que ela recebeu. Emocionou-se às lágrimas e a ele demos o nome de Toquinho.

Mais algumas semanas se passaram. Quando morávamos em Peruíbe tínhamos um espetáculo de pássaros de vários tipos morando em uma árvore em nosso quintal. Era uma festa todas as manhãs e tardes. Eles estavam tão acostumados conosco que vinham buscar o que comer dentro de nossa cozinha. Aqui em São Paulo isso não existe, e minha mulher ficou com saudades dos passarinhos cantando em nossas janelas todo dia... Bem, para alegrá-la comprei um casal de canários... Como temos o dom, já nasceram três filhotes e todos bem e saudáveis, um mais lindo que o outro... O plano é colocá-los em um amplo viveiro quando voltarmos a Peruíbe é ir adaptando-os à vida em liberdade e por fim dá-la a eles. A esse tempo eles acabarão vindo a fazer parte da nossa fauna voluntária em casa.

Dias atrás percebi que a Bete (a tartaruga) apresentou alguns sinais de falta de apetite e um leve amolecimento da carapaça. Procurei veterinários, mas descobri que há uma carência enorme no mercado. Acabei fazendo uma ampla pesquisa e encontrei a cura. Ela já está bem melhor, comendo como uma louca (como sempre...) e sua casca vai indo bem... Mas acabei esbarrando em um sonho de criança que andava adormecido... Sempre tive vontade de montar um aquário... Pois bem, tomei a decisão de fazê-lo finalmente... Afinal, já estou bem madurinho e se ficar esperando, acabarei nunca fazendo. Plano traçado começa a empreitada... Noites e noites em exaustivas pesquisas, estudando o assunto, buscando informação onde quer que esteja. A internet ajuda muito. Escolha de vidros, móveis, substratos, químicos, estudos sobre equilíbrio químico do aquário, espécies de peixes e plantas, temperaturas, enfim, descobri tratar-se praticamente de uma ciência. Estou preparando-me para acertar na primeira. Não suportaria errar e jogar com a vida desses animaizinhos. Para acalmar minha mulher, que já estava achando que eu estava ficando obcecado pelo assunto, comprei e lhe dei de presente o Beto, um peixe betta azul e branco, lindo! Ela adorou, mas o peixe sobrou para mim mesmo... hehehe!

Quando nada mais se esperava, minha filha foi ao pet shop comprar as rações (são vários tipos, acredite)... Eis que lá estavam duas esquilinhas para doação... Bem... virei criador de esquilos... Agora façam as contas: uma tartaruga, um cachorro, cinco canários, um betta e dois esquilos... é ou não é um zoológico?

sábado, 23 de outubro de 2010

Pelé - 70 anos de arte e emoção!

Vinte e três de outubro de dois mil e dez. Hoje completa seu septuagésimo aniversário o maior gênio que este planeta bola já viu. Um homem que em sua carreira de futebolista conquistou tudo o que esteve em disputa, encheu de alegria um país inteiro, deu exemplos de profissionalismo e de forma de conduta. Mostrou ao mundo uma arte avassaladora, capaz de parar guerras. Um homem que nunca teve qualquer mancha em sua trajetória. Nada de escândalos, nada de "doppings", apenas magia.

O homem de mil e duzentos gols (de verdade) que fez este país aparecer no mapa do mundo. Lá fora, muitos não conhecem o Brasil, mas todos sabem quem é Pelé.

Sou santista, sou feliz, sou sim, "viúva de Pelé", melhor do que ser "viúva de Geraldão"... Presto de coração esta pobre homenagem ao Rei do Futebol, maior ídolo deste país, maior ídolo de uma torcida orgulhosa, ícone da Santástica Fábrica de Craques...
Chega de títulos, ele já os tem todos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O assentador de tijolos

Estava fazendo uma faxina nos meus arquivos de mensagens quando encontrei esta, que recebi em 2001 qunado prestava serviços à Telesp Celular, que viria a se tranformar na atual Vivo. A empresa era administrada pelos portugueses da Portugal Telecom, e isso fez com que a história ficasse mais engraçada ainda. Considero esta a mais hilariante que conheço. Vamos a ela:


Leia a explicação que um operário português sinistrado deu à companhia seguradora, que estranhou a forma como ocorreu o acidente. Este é um caso verídico, e a transcrição abaixo foi obtida através de cópia de arquivo na companhia seguradora e enviado a Sul América pela agência de publicidade Young Rubican. O caso foi julgado no Tribunal da Comarca de Cascais.

"Exmos. Senhores,
Em resposta ao pedido de informação adicional, informo:
No quesito n.º 3, da participação de sinistro, mencionei "Tentando fazer o trabalho sozinho" como causa do meu acidente. Disseram na vossa carta que deveria dar uma explicação mais pormenorizada, pelo que espero que os detalhes abaixo sejam suficientes.

Sou assentador de tijolos. No dia do acidente, estava a trabalhar sozinho no telhado de um edifício novo de 6 (seis) andares. Quando acabei meu trabalho, verifiquei que tinham sobrado 350 quilos de tijolos. Em vez de os levar a mão para baixo, decidi colocá-los dentro de um barril, com ajuda de uma roldana, a qual, felizmente, estava fixada num dos lados do edifício, no 6º andar.
Desci o tal barril com uma corda, fui para o telhado, puxei o barril para cima e coloquei os tijolos dentro. Voltei para baixo, desatei a corda e segurei-a com força, de modo que os 350 quilos de tijolos descessem devagar (de notar que no quesito n.º 11 indiquei que o meu peso era de 80 quilos).
Devido à minha surpresa, por ter saltado repentinamente no chão, perdi a minha presença de espírito e esqueci-me de largar a corda. É desnecessário dizer que fui içado do chão a grande velocidade. Na proximidade do 3º andar eu bati no barril que vinha a descer. Isto explica a fratura do crânio e da clavícula partida.

Continuei a subir numa velocidade ligeiramente menor, não tendo parado até que os nós dos dedos das mãos estarem entalados na roldana. Felizmente que tinha recuperado minha presença de espírito e consegui, apesar das dores, agarrar a corda. Mais ou menos ao mesmo tempo, o barril com os tijolos, caiu no chão e o fundo partiu-se. Sem os tijolos, o barril pesava aproximadamente 25 quilos (refiro-me novamente ao meu peso indicado no quesito n.º 11). Como podem imaginar, comecei a descer rapidamente. Próximo ao 3º andar, encontro o barril que vinha a subir, isto justifica a natureza dos tornozelos partidos e das lacerações das pernas, bem como a parte inferior do corpo. O encontro com o barril diminuiu a minha descida o suficiente que minimizou os meus sofrimentos, quando caí em cima dos tijolos e felizmente só fraturei 3 vértebras.

Lamento no entanto informar que enquanto me encontrava caído em cima dos tijolos, com dores, incapacitado de me levantar, e vendo o barril acima de mim, perdi novamente a presença de espírito e larguei a corda. O barril pesava mais que a corda e então desceu e caiu em cima de mim, partindo-me as duas pernas.

Espero ter dado a informação solicitada do modo como ocorreu o acidente."

sábado, 2 de outubro de 2010

Eleições 2010

Tudo bem, quando tive a idéia de criar este blog pensei em um local onde pudesse falar o que me viesse "à telha" sem grande comprometimento com a qualidade do assunto, ou seja, trocando em miúdos, a idéia é poder falar bobagem à vontade. Logo depois, comecei a testar algumas técnicas para que o blog ficasse mais visível no Google. é um esforço e tanto e leva bastante tempo e trabalho para vê-lo aparecer bem posicionado nas pesquisas, ainda estou na batalha... Mas tudo fica muito mais difícil quando temos concorrentes desleais no caminho. O primeiro concorrente que joga sujo, e bem sujo, é nosso indigníssimo presidente, que de tanto falar bobagem está no topo de qualquer ranking que se monte. Impossível competir com esse homem.

Depois temos toda bobagem falada nos programas políticos gratuitos. Fomos de Tiririca ao velho conhecido Levi Fidélix e seu eterno aerotrem, da Mulher Pêra ao ex-sambista Netinho (se ganhar, pelo menos teremos ação e porradas no senado federal). Isso me lembra de outro assunto de que falarei em outro post, que é o apoio do nosso Lula Barbudo a esse destemperado ex-músico (músico??). Como competir com isso? Como falar bobagem de qualidade, quando tanta bobagem de baixo calão entope todos os meios de comunicação?
Além do estupro de nossos olhos e ouvidos com tanta asneira (se quiser chamar de bobagem, pode), ainda temos os debates, onde a única coisa realmente debatida é a validade de um fórum onde os assuntos já foram previamente combinados, as respostas calculadas, os participantes devidamente enquadrados e os discursos meticulosamente calculados pelos marketeiros profissionais. Sinceramente, não perco meu tempo.

Mas o fecho ainda estava por vir. Faz vários anos que eu venho justificando minha ausência às urnas por morar fora do meu domicílio eleitoral. Este ano, voltando a minha terra natal, e depois de um esforço desumano para conseguir escolher candidatos para todos os cargos (olha, não foi fácil...), fiquei em dúvida se minha zona eleitoral (sem ironias, por favor) ainda estava localizada na mesma escola. A solução para isso me parecia simples. Afinal de contas, estamos na era da modernidade, da informação rápida, instantânea mesmo. Tudo o que precisamos saber está ao alcance de um click. Ora, nada mais fácil, vamos ao mais novo “pai dos burros”, o Google!

Decisão tomada, encontrei o site do TRE-SP, fácil... Mais ainda foi encontrar o link para a busca dos locais de votação... Esfreguei as mãos... “-Nossa, nunca foi tão simples!” – pensei – “-Que maravilha toda essa tecnologia!”...

Ah! Mas qual não foi minha surpresa quando deparo com o resultado do click no link. Não me contive e fui impelido a compartilhar com vocês um desses momentos que nos fazem parar e pensar: “-Será que sou burro demais e não consegui alcançar o raciocínio de algum gênio jurídico (sim, esses mesmos juízes que se acham os senhores da verdade), ou será que há mesmo algum(uns) juiz(es) tão idiota(as) a ponto da tomar uma decisão tão imbecil quanto esta? Na véspera da eleição, alguém (um juiz, claro, quem mais?), toma a “brilhante decisão” (notem as aspas, por favor) de tornar indisponível a pesquisa pelos locais de votação!!! Querem bobagem maior que essa?

Abaixo deixo a imagem flagrada de uma das maiores asneiras que encontrei neste momento eleitoral.


Agora peço aos queridos amigos que me digam: será que vale a pena continuar investindo meu tempo em um blog destinado a falar bobagens com uma concorrência deste naipe?  Acho que vou mudar de ramo e falar de culinária. Disso entendo razoavelmente bem e posso ensinar a cozinhar o galo... Se bem que também posso sofrer a concorrência dos políticos de plantão, que estão cansados de fazer isso com nosso povo tão sofrido e ignorante. Mas isso é assunto para outro post.
Só para terminar, votem com consciência. Não entreguem seus destinos aos oportunistas que estão por aí. Raciocinem e vejam a realidade dos fatos. Não votem pela fama ou pela cara(?) bonita. Espero ter uma segunda-feira azul, sem o vermelho da vergonha dos escândalos e do sangue que nos estão sugando...

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Registro de indignação

Quando eu era criança, minha mãe sempre falava para tomar cuidado com as coisas que dizia, porque era proibido falar mau do governo. Tinha-se que tomar cuidado para não ser preso. Fui ensinado a cantar o hino nacional e o famoso "jingle" do Milagre Brasileiro: "Este é um país que vai pra frente". Conheci Sugismundo, o brasileiro descuidado, que servia para nos educar a jogar o lixo no lixo. Conheci as campanhas "educativas" da "revolução" e aprendi que o exército era amigo e os comunistas comiam crianças. A educação, em geral, era boa, mesmo nas escolas públicas. Sou oriúndo delas e não me sinto prejudicado em relação aos que puderam estudar em colégios pagos. Entretanto, embora a educação fosse bem razoável, éramos tremendamente ludibriados em assuntos que se referissem a situação política do Brasil. Éramos o país do futuro, o gigante adormecido, descoberto acidentalmente por Cabral. O Brasil do céu mais azul, das matas mais verdes, do ouro mais dourado, da Ordem e do Progresso. Os militares eram nossos heróicos defensores e os únicos capazes de escolehr nossos presidentes e governadores. Na verdade, eles também eram os únicos munidos da suprema sapiência capaz de escolehr até mesmo os prefeitos das cidades costeiras, afinal, eram pontos estratégicos. Eles sabiam tudo o que era melhor e saudável para nosso povo. Nossa literatura, nosso humor, nossa música, nosso teatro, tudo elaboradamente filtrado pelos guardiões da integridade nacional. Somente o futebol era liberado e podia ser saboreado livremente, desde que o Presidente da República, o General Ernesto Geisel pudesse escalar a seleção da Copa de 1970.

Por fim, vieram os anos 80 e o exército percebeu que não queria mais dar conta daquilo tudo. Entregou o Brasil aos anistiados, alguns injustamente. Estes voltaram a nossa terra com ideais e idéias novas (outras nem tanto), mas logo se deram conta de algo que os militares haviam plantado e que utilizaram estratégicamente a seu favor. A total desinformação política deste povo. Levaram essa polkítica ao estremo da leviandade, negando até mesmo o mínimo de informação.

Hoje, mais de 30 anos depois, o que temos é um povo desinformado, mal-educado, desinteressado, descompromissado e totalmente inconsciente. Hoje o que vale é a vantagem individual e o coletivo que se dane. A indignação da juventude dos anos 80 deu lugar a um conformismo revoltante. Aqueles que, como eu, mostravam indignação pelo fato de não poderem se exprimir, hoje mostram a mesma indignação por ver o que se fez da liberdade que lutamos para conseguir. Nosso povo perdeu sua identidade, nossos jovens só pensam na balada da noite. Nossa classe política se compraz do efeito entorpecente que as políticas (ou falta delas) educacionais provocaram na população. A família se desintegrou, porque vinha sedo minada desde os tempos da tutela militar. As drogas tomaram o lugar do convívio saudável das famílias. Os pais, escravizados pela opressão da produção pela produção, deixam a educação de seus filhos para as escolas. Estas últimas... bem, quem educa os filhos são os pais, então...

No meio disso tudo, eis que recebo o link para um vídeo criado por um jovem rapaz que, pasmem, mostra uma consciência surpreendente para sua pouca idade e para estes tempos de total abandono de princípios básicos. Ele consegue sintetizar toda indignação que nós, brasileiros que ainda conseguem pensar, ainda conseguem sentir. Embora eu faça a ressalva de que havia como mostrar toda essa indignação sem o uso de tantos palavrões. Não sei de quem se trata, não o conheço ou sigo em twitters ou facebooks da vida, mas consido me solidarizar com o que ele diz. Tomara um dia voltemos a ter uma juventude consciente e disposta a lutar como este rapaz se mostrou. Aproveito para ajudar a divulgar este vídeo.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Nosso Lar

Bem, não é segredo para ninguém, sou espírita e, embora reconheça que esteja um tanto afastado por diversos fatores, entre eles minha própria preguiça (ô defeito complicado de eliminar), não perdi o entusiasmo e nem minha crença nesta maravilhosa filosofia de vida.

Mas o fato é que, finalmente, depois de uma ansiosa espera, no próximo dia 3 de setembro entrará em cartaz o filme "Nosso Lar", que retrata o livro do mesmo nome, psicografado pelo nosso grande médium Chico Xavier. Para quem não sabe, essa obra relata fatos da vida do espírito André Luiz, desde seu desencarne até sua chegada a Nosso Lar, uma cidade espiritual situada próximo a uma grande cidade brasileira, creio eu, o Rio de Janeiro, mas no plano espiritual, e invisível a nossos olhos de encarnados. Nosso amigo, André Luiz nos descreve sua passagem pelo umbral, todo o sofrimento por que passou até a aceitação de sua condição, sua chegada a Nosso Lar, o aprendizado, a dura lição da humildade, que o fez cair em si ao ver que toda a importância que creditava a sua personalidade nada mais era que pura vaidade, os Ministérios e os seres extremamente iluminados que por lá encontrou.

A mim, o que mais impressionou no livro foram os relatos que nos mostram que a vida no lado de lá da fronteira não é tão diferente da que temos aqui, muto pelo contrário, é uma continuidade do que realizamos. Antes de ler o livro fazia uma idéia muito diferente do que poderia encontrar por lá. Imaginava um tipo de vivência totalmente descolada do que experimentamos encarnados... Grande engano...

Enfim, recomendo a todos que reservem algumas horinhas do seu tempo para prestigiar essa obra também no cinema. Já havia visto o trailer na telona, mas pude apreciar melhor os detalhes agora com a publicação também na internet.

Aos amigos, deixo o trailer como aperitivo. Não deixem de ir ao cinema. E quem ainda não desfrutou do prazer de ler o livro, faça-o. Garanto que não irá se arrepender!

Volto comentando o filme após a exibição.



quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Inferno no trânsito

Para quem mora em São Paulo, os congestionamentos diários são tão comuns quanto o cafézinho na lanchonete da esquina, os comentários sobre o futebol no final de semana ou o último escândalo político.

Há quem diga, e dou-lhes razão, que esses congestionamentos são um verdadeiro inferno, onde pagamos nossos pecados do dia a dia. Mas, desde que Dante bem descreveu os círculos infernais, todos sabemos que todo inferno que se preze tem que ter seus demônios, com seus tridentes, chicotes e trombetas (nome bonitinho que ele deu para "peidos"). Eles não poderiam deixar de estar presentes no nosso trânsito, nos fustigando e arrancando lágrimas e ranger de dentes... Ah, nossos demônios, os motoboys...

Desde que tirei minha habilitação, e aí se vão tardos anos, aprendi que as linhas pontilhadas entre as faixas de rolagem servem apenas para dividir as pistas de uma rua, avenida ou rodovia. Nelas sempre foi proibido trafegar. A isso se dá o nome de "corredor", o espaço que se forma entre os carros que rodam pelas pistas de rolagem. Alí o espaço é reduzido e imprevisível, porque os carros tendem a se movimentar de forma desordenada, de acordo com os desvios necessários a que os motoristas trafeguem com segurança, desviando de vários obstáculos, buracos (não poucos) e de um susto ou outro. Esse espaço entre as faixas de rolagem sempre serviu de área de escape para que fugíssemos de um acidente ou desatenção do motorista ao lado. Hoje, absurdamente, os motoboys se apropriaram dessa área, entendendo eles se tratar de pista de sua inteira propriedade, a ponto de impedir a mudança de pistas de um motorista. A imagem que coloco neste artigo ilustra isso muito bem. Hoje é praticamente impossível ao motorista fazer uma conversão de faixa, tal a quantidade e irresponsabilidade desses condutores de motocicletas.

Ai do pobre motorista que simplesmente acionar a seta de seu carro e decidir converter para outra faixa. Terá que ouvir inúmeras e insuportáveis buzinas de motocicletas, xingos, chutes na porta e não raro, verá seu retrovisor sair voando pelos ares.

E se, por uma infelicidade não conseguir enxergar aquele maldito motoboy que se aproxima a toda velocidade, escondido pelo ponto cego do automóvel, que irresponsávelmente ultrapassa pela direita (outra proibição das regras de trânsito, totalmente negligenciada por esses demônios), se por essa infeliz coincidência de fatores ele abalrroar o imbecil motoboy, ele será sempre culpado, condenado a pagar as absurdas indenizações que esse irresponsável vai pedir, e que os intocáveis donos da verdade, os alienados juízes sempre bondosamente concederão (claro, é mais fácil do que pensar).

Acho que já passou da hora de alguém colocar ordem nessa bagunça. O trânsito por si só já é um grande problema, e não precisamos de demônios adicionais para nos atormentar nesse inferno.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Santos, campeão da Copa do Brasil 2010 !!!

Robinho erguendo a taça da Copa do Brasil
E aconteceu de novo! Mais uma final nervosa, disputada em dois jogos e cercada de muita expectativa. Nos últimos jogos o time não vinha se apresentando bem, sofrendo 3 derrotas consecutivas e apenas uma vitória, contra o eterno freguês tricolor. Daí a surgirem as velhas desconfianças da imprensa da capital, viciada em badalar os times locais, foi apenas um passo. E novamente começaram as ladainhas do tipo "teriam os Meninos da Vila amadurecido?" ou "eles tem que provar que suportam a pressão"... Isso três meses depois de ter conquistado um campeonato paulista.

E finalmente chegou a data do primeiro jogo. Foi um verdadeiro massacre. O time do Vitória não pôde sequer tentar uma reação, tamanho o volume de jogo apresentado pelo Peixe. Se o ataque do Santos tivesse convertido todos os gols perdidos nesse jogo, o resultado teria sido facilmente de 7 x 0! Mas o jogo terminou nos 2 x 0, boa vantagem, mas que poderia ter sido muito maior.

E veio o segundo jogo, não sem que antes a mesma imprensa viciada em criar factóides não inventasse mais uma crise, já que as notícias sobre negociação de jogadores e brigas internas já não colavam. E veio a público o vídeo das supostas ofensas de alguns jogadores a torcedores no twittcam. Como não poderia ter deixado de acontecer, o vídeo foi exibido à exaustão em todos os sites e redes de TV. Todos os hipócritas de plantão vieram criticar os jogadores. Onde já se viu!!! Afinal, os jogadores dos outros times são santos beatificados e nunca pensariam da mesma forma... (sic)... No dia do jogo a Globo publicou um vídeo mostrando o que realmente havia acontecido, desmistificando as tais "ofensas a torcedores" e mostrando que tudo não passou de uma exploração desavergonhada de um vídeo descontextualizado. Estranhamente (será?) esse vídeo só foi exibido no site da TV Santos, canal do clube no Youtube. Nenhuma rede de TV ou site jornalístico se interessou por exibir esse conteúdo... Lógico, isso não interessava. 

Mas vamos ao que interessa. E começa a segunda partida e, como esperado, o Vitória veio para a pressão, mas de uma forma que levava apenas um perigo relativo. Lá pelo 18º minuto, Robinho decide chamar o time à razão e pediu que se acalmassem e parassem de simplesmente chutar para o lado que o nariz estivesse apontando. Como em um passe de mágica o Santos passou a tocar a bola como sempre fez e dominou completamente as ações. O Vitória já não chegava mais com tanta frequência e levava praticamente nenhum perigo. Afora um gol bem anulado por impedimento, nada de mais importante foi criado pelo adversário e, aos 44 minutos da primeira etapa, Edu Dracena sobe de cabeça e faz o primeiro gol do jogo. Ao fundo ouve-se o grito da torcida do Santos e no resto do estádio apenas o silêncio de uma torcida atônita. Agora o Vitória teria que mrcar mais 4 gols para ser campeão. A possibilidade de cobrança de pênaltis sumiu diante de seus olhos. Fim de primeiro tempo.

Começa o segundo tempo e o Vitória decide tentar se impor. Inicia alguma pressão, mas o Santos mostra-se extremamente perigoso nos contra-ataques. Primeiro Viáfara, em chute do Ganso e depois Walace, contando conclusão frontal de Marquinhos salvam o time bahiano de uma derrota maior. Pressionando sem muita convicção, finalmente aos 14 minutos o Vitória consegue seu empate. Mais tarde, aos 32 minutos consegue fazer seu segundo gol em falha de Edu Dracena. Mas já eram favas contadas, ou minutos contados, como preferir... E em pouco tempo já se ouviram os primeiros gritos de "É campeão!!!"... Final de jogo, Santos campeão da Copa do Brasil, classificado para a Libertadores, vencedor de tudo o que disputou e rumando para a próxima conquista, o campeonato brasileiro. Quem viver verá...

Sou alvinegro da Vila Belmiro, o Santos vive no meu coração...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Até logo!

Existe uma lei imutável da vida que determina que nada é estático, que tudo muda e que o universo está em constante movimento. Essa também é uma lei que rege nosso espírito, que está constantemente em evolução, até o infinito, porque somos seres eternos e evolutivos.

Assim também é nossa rede de relacionamentos, sempre se ampliando, variando em intensidade e em qualidade. Podemos ter a certeza de que estamos sempre movimentando esse arquivo imensurável de experiências, adquirindo sempre mais e mais itens para esse acervo interminável. Às vezes conhecemos pessoas pelas quais não encontramos afinidades, outras vezes, pessoas por quem não conseguimos demonstrar carinho, outras que nos desagradam profundamente, algumas (poucas, graças a Deus), que nos consideram como inimigos.

Mas existem pessoas que conhecemos e pelas quais logo aprendemos a nutrir um grande respeito. Geralmente  nos mostram sorrisos sinceros, abertos e fáceis. Tornam nossos dias mais agradáveis, nos mostram que vale a pena continuar o dia. Invariavelmente elas nos oferecem um produto muito raro nestes tempos bicudos: carinho... Normalmente isso vem de forma desinteressada e nos impele a agir igualmente em retribuição. Isso faz nossos dias mais fáceis e sentimos a gratificação de uma relação sadia e muito além do cordial. Por essas pessoas logo conseguimos criar um vínculo intangível, extremamente importante e raríssimo chamado amizade.

Às vezes esses amigos que colecionamos pela estrada se afastam e vão seguir outros rumos. Faz parte daquela lei da vida, a da eterna evolução. Quando isso acontece sentimos falta daquele bom dia acompanhado de um sorriso, do favor feito sem interesse pelo troco, das risadas que acompanham as brincadeiras que tornam os dias de trabalho mais fáceis. Sentimos falta, mas ficamos felizes porque essa amizade não vai acabar ali e sabemos que essa pessoa vai em busca de algo melhor.
Amanhã vai acontecer mais uma vez. Em pouco mais de um ano aprendi a gostar muito de uma colega que vai buscar novas fronteiras a cruzar. Dizem que ela vai inaugurar a "Gika Festas" e já tem até um jingle pronto.

Gisele, vá com Deus e seja feliz nesse seu novo vôo. Que a "Gika Festas" (isso ainda vai pegar) faça o maior sucesso! Mantenha contato e não se esqueça dos amigos que deixa por aqui. Bem, pelo menos eu sinto que posso lhe chamar de amiga.

Beijos, menina! Ah! e o perfume é 47... :)

domingo, 2 de maio de 2010

Santos, campeão paulista de 2010!!!

Santos, sempre Santos!!! E parafraseando o Leão do Mar, segundo hino deste glorioso time, o Santos é o novo campeão!!!

Eu tenho o costume de só comemorar as coisas depois de conquistadas. E o que aconteceu neste domingo só reforçou minha convicção de que é a maneira certa de se agir. Depois de um primeiro tempo eletrizante, onde aconteceu de tudo, tivemos um segundo tempo para acabar com os nervos de qualquer cristão. E com os dedos também...

O jogo começou e, antes que eu pudesse me ajeitar, o Santo André faz seu primeiro gol. Algo meio "achado" diga-se de passagem, porque não é muito normal que um gol saia tão rápido. Mas, enfim, o gol saiu. Apesar disso, a confiança estava em alta, e me preocupava mais com o próximo jogo do que com este. Que o Santos reagiria eu tinha certeza. Minha preocupação era o quanto isso geraria de desgaste para o próximo jogo contra o Atlético Mineiro, esse sim um jogo realmente importante, afinal, vamos combinar, um campeonato paulista vale muito pouco além da satisfação de poder tirar uma onda com a cara do seu vizinho, e um título da Copa do Brasil vale muito mais, uma vaga na Libertadores, além de ser um título inédito.

Eis então que aos oito minutos um lance lindo acontece. Marquinhos lança a bola, Robinho, em pleno ar toca de calcanhar para Neymar, que entra na área, dribla três adversários, deixa o goleiro e o lateral deitados no chao e faz uma pintura de gol. Em casa, explodimos de alegria. A reação já estava começando e o título estaria garantido.

O jogo ia equilibrado e o Santos jogava bem, mas o Santo André também. Um grande jogo e de repente o segundo gol acontece. Aos vinte minutos uma bobeira da defesa em cobrança de escanteio e pronto. Lá se vai a paz de novo.

A minha e a dos jogadores. Em um bate boca sem o menor sentido, o juiz faz o que sempre é mais fácil, expulsa dois, um de cada time, quando ficou muito claro que o brucutu do Nunes dos Santo André foi quem partiu para cima. Mas, não adianta reclamar. Dois jogadores expulsos e na verdade, o Santos se vira bem nessas situações. Sobra mais espaço para a garotada fazer suas jogadas, e temos jogadores que conseguem suprir os espaços na defesa sem grandes dificuldades.Aos trinta e sete minutos, Marquinhos vai e faz a primeira grande besteira do jogo. Faz uma falta ridícula e é expulso. Tá certo que cansei de ver faltas como essa e até piores que nem foram punidas, tá certo também que um amarelinho ali resolveria a parada, mas o digníssimo juiz não queria passar como mais um que defendeu os santistas e... cartão vermelho. Agora a coisa tendiua a ficar muito feia, mas eu ainda confiava no talento de Robinho, Neymar e Ganso. Dito e feito, em outra pintura, Robinho toca para Ganso, que de calcanhar tira toda a defesa da jogada e coloca Neymar na cara do gol para colocar no canto, deslocando o goleiro que caiu sentado para o outro lado. Grande gol, realmente outra obra de arte e a certeza de que nada estava perdido. 

Mas ter dois jogadores a menos é uma carga extremamente pesada, e o Robinho perdeu uma bola na intermediária adversária. Com todo aquele espaço ficou fácil para o Santo André fazer o terceiro. O primeiro tempo termina e fica uma grande apreensão para se imaginar como as coisas ficariam para o segundo.

Bem, o segundo tempo foi de um sofrimento atroz. Até a metade o time agiu inteligentemente, prendendo a bola no ataque e fazendo o tempo passar. Teve até algumas chances de gol, mais até que o Santo André.
 A situação estava sob controle, até que o Roberto Brum, que havia acabado de entrar no lugar do Neymar com a função de ajudar a marcação faz a segunda grande bobagem do jogo, uma falta por trás, desnecessária e também é expulso.

O que se viu a partir daí foi a luta da superação de um bando de garotos que decidiu que não iria perder esse título. A garra que demonstraram todos, mas sobretudo o Ganso, exausto, mas jogando com extrema inteligência, foi emocionante. Sózinho na frente, ele se via cercado por três, às vezes quatro adversários, e mesmo assim conseguia manter a posse de bola. Os minutos foram se sucedendo e, nem mesmo a bola na trave no finalzinho abalou a certeza de que esse é um time vitorioso. 

Como eu disse hoje à tarde, antrecipando este momento de glória, santistas da nova e da velha geração, hoje vocês podem gritar, é campeão!!!

90 minutos antes...

Desde as semifinais não postei nada para falar de futebol. Queria postar apenas um último comentário após o resultados das finais, que não duvido qual seja. Vencemos o São Paulo duas vezes, e em todas elas, muito bem, sem dúvidas. Na segunda semifinal então, a vitória foi incontestável. Mesmo assim, preferi me conter e não falar nada sobre isso.

Hoje, estava navegando na net e vi um vídeo produzido pelo departamento de marketing do Santos que promove esse jogo final. Fiquei emocionado! Um grande vídeo, com um final arrepiante!

Santistas da nova e da velha geração, Hoje vocês soltarão o grito: É campeão!!!

domingo, 25 de abril de 2010

Chico Xavier

Como muitos sabem, o filme que retrata um trecho desta existência de Chico Xavier está sendo apresentado nos cinemas. Desde que vi o trailer, a cerca de dois meses, fiquei aguardando a entrada em cartaz. Como sempre faço, espero algumas semanas para poder assistir ao filme com um pouco mais de conforto. Faço isso porque nas primeiras semanas geralmente as salas ficam mais lotadas, e sabemos que onde se junta muita gente acontecem os mais lamentáveis atos de desrespeito, celulares ligados e tocando, conversas paralelas, risadas fora de hora, gente trocando torpedos, coisas do tipo. Enfim, esperei algumas semanas para evitar tudo isso.

Nesse meio tempo, a Ana, colega de trabalho, acabou vendo a película antes de mim. O que me contou da experiência só aguçou em mim o desejo de vê-lo também. Uma das reações mais interessantes que ela percebeu foi o fato de que ninguém se levantou das poltronas até o final dos letreiros, o que é por si só um fato inusitado. Outra coisa que me contou foi que todos saíram em silêncio e sem nenhum atropelo.

Finalmente, ontem fomos ao cinema assistir ao filme. Ao entrar na sala fiquei espantado. Um filme nacional, de produção barata, com um assunto bastante específico e com algumas semanas de exibição e... a sala praticamente lotada! Tivemos algum trabalho para encontrar um bom local para nos sentar, mas enfim, encontramos um perfeito, bem ao gosto, da metade para cima, próximo ao centro da fileira.

O filme inicia e notei que algo que não via a um bom tempo acontecia: as pessoas assistiam atentamente, sem conversas paralelas, em silêncio, concentradas. O silêncio foi quebrado apenas em momentos mais chocantes ou mais engraçados, algo muito natural.

Mas, voltando ao filme, foi uma experiência maravilhosa. A simplicidade da personalidade do Chico, sua tranquilidade diante dos momentos mais ásperos, o profundo sofrimento pelo qual passou em determinados episódios, e a quebra da falsa imagem de que ele foi nesta existência um ser pefeito, tudo isso teve em mim o efeito de por alguma forma, me aproximar mais dele. Percebi que ele não é um ser inatingível, um objetivo inalcançável. Ele é humano, e vestiu a mesma carne e ossos que eu. A possibilidade de vê-lo assim, tão humano, me mostrou que é possível a todos nós, até mesmo eu, tão falho e fraco, nos aproximarmos de seu exemplo e vivermos uma vida de amor e caridade, mesmo que dentro de nossas limitações.

Além disso, o filme em si foi muito emocionante. Me peguei por diversas vezes com os olhos marejados, principalmente nos momentos em que suas psicografias foram reproduzidas.

E, ao final, os letreiros começam a ser exibidos. Todos no cinema sentados, atentos ao que se passava. Longos minutos se passam e todos estão com os olhos grudados na telona. Os letreiros terminam, acendem-se as luzes e o silêncio se mantém. As pessoas levantam-se e, calmamente, saem da sala, em silêncio.

Acho que tínhamos acabado de terminar uma sessão espírita. A impressão era a mesma de quando todos saem do centro e vão para suas casas, mais leves, limpos, com o pensamento elevado. Tenho a impressão que todos recebemos um passe, saímos dalí abençoados.

Fica para vocês o trailer do filme. Quem não o viu, vá, recomendo.

sábado, 10 de abril de 2010

Velocidade e adrenalina

Lá pelos idos de 2005 estava meio entediado e passava as horas vagas em frente a uma TV assistindo os seriados americanos de plantão. Eis que um amigo me apresenta um jogo que me fascinou. Sempre fui um aficcionado dos simuladores, mas este impressionava pelo realismo e pela física dos movimentos... Tratava-se do game de corrida "Need for Speed Underground 2".

Fantástico! Aliava a competição de rua, em rachas alucinantes através de ruas apinhadas de carros de uma cidade imaginária. Tremendos carros e garotas fantásticas, perseguições policiais, pura adrenalina. Tudo regado a uma trilha sonora muito bem escolhida.

Dentre as músicas que acompanhavam o ronco dos motores, uma chama a atenção por se tratar de um clássico do rock. Riders on the Storm da banda The Doors. A voz inconfundível de Jim Morrison, o baixo, a guitarra e o ronco dos motores e sons das freadas e derrapagens... Combinação perfeita...

Fica para vocês uma versão que encontrei na internet... Um presente de final de sábado... E a recomendação... joguem o jogo... é demais...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Fórmula 1

Depois de tantos anos de sofrimento, desde que o grande Airton deixou as pistas e entrou para a história, e tivemos que conviver com a falta de vontade de um Rubinho e a incompetência de tantos outros, estávamos experimentando finalmente a esperança de ter novamente um bom piloto disputando títulos, mais do que corridas.

Até que em um belo dia, um Rubinho inconformado quis pregar uma peça, literalmente, na cabeça do Felipe Massa. O pobre ficou por muito tempo em recuperação e agora aprendeu a não ficar atrás do Pé de Chinelo.Talvez seja esse o motivo de sofrer tantas ultrapassagens... será? Bem, seja como for, finalmente o jovem piloto voltou a correr, e pelo visto está plenamente recuperado. Vem se saindo bem e já lidera o campeonato, mesmo sem vencer sequer uma corrida! Não me lembro da última vez que vi isso!

Então, estava eu comentando esse fato inusitado para os dias de hoje, quando minha mulher me disse que havia recebido um vídeo muito interessante, sobre um músico que fez uma homenagem ao Senna durante uma apresentação. Assisti ao vídeo e gostei muito. Tanto que deixo este presentinho para vocês. Divirtam-se!

domingo, 4 de abril de 2010

Páscoa, coelhos e hipocrisia.

Então chegou a Páscoa. Para a maioria das pessoas, a data em que se comemora a inexplicável proeza de um coelho que consegue botar um ovo de chocolate e ainda vem escondê-lo, para satisfazer-se com a tortura das crianças que ansiosamente ficam a procurar esses doces objetos de desejo. Nada mais justo, afinal esse coelho sádico, que se satisfaz em ver o sofrimento de crianças que derrubam panelas, escancaram armários, rastejam sob as camas, derrubam as roupas dos guarda-roupas e obrigam seus pais a suspendê-los no ar para ver sobre os móveis, esse pobre roedor teve que sofrer um bocado para botar ovos gigantescos. Se uma galinha já canta com aquele ovinho de nada, imagine um ovo de meio quilo?

Pois é, mas uma minoria ainda lembra que na Páscoa se comemora a libertação do povo judeu do jugo imposto pelos egípcios. Poucos se lembram de Moisés liderando um povo de escravos em sua longa jornada pelo deserto em busca da Terra Prometida. Algumas centenas de anos depois, surgiu um certo Jesus, que veio nos ensinar coisas que até hoje não compreendemos direito. E porque não conseguimos entender, acabamos imolando o Justo no altar da ignorância, nesta mesma época, a Páscoa, a mais ou menos 2000 anos.

E a ignorância e a falta de compreensão da mensagem que Ele nos deixou ainda permanece por aí, com toda sua força. E para complicar ainda mais, toda essa ignorância conta com a hipocrisia tácita da imprensa em geral. Não basta a visão caolha dos problemas sociais da nossa atualidade. Temos que aproveitar cada oportunidade que a vida nos dá para mostrar o quanto continuamos a estar ignorantes dos ensinamentos de Jesus. Só para citar um caso, nossa santa e ilibada imprensa vem nos últimos dias explorando o episódio da recusa de alguns jogadores do Santos de se apresentarem em uma instituição assistencial mantida por uma entidade espírita. Vários jornalistas vieram a público empunhando a bandeira da indignação, condenando, acusando, dizendo tratar-se de um absurdo, e por aí vai.

Tudo dito pelos mesmos que vivem reclamando dos discursos "políticamente corretos" que proliferam no esporte e na vida em geral. E pelos mesmos que, salvo exceções, provavelmente nunca aparecem em instituições desse tipo. Os mesmos que fecham os vidros nos faróis, que olham com expressão de nojo para o mendigo prostrado nas calçadas das nossas ruas. Que olham para o diferente como se fosse um ser de outro planeta. Esses mesmos levantam a bandeira da hipocrisia, condenando os jogadores que, em sua ignorância, preferiram o batuque à expressão do amor ao próximo.

Tudo isso contraria aquilo que nosso maior Mestre nos ensinou. Ele deixou impresso pelo exemplo que não devemos julgar, porque não somos tão justos a esse ponto. Ele, que foi o espírito mais puro que este planeta já viu, recusou-se a condenar a adúltera, abraçou os leprosos, aconselhou e foi amigo de prostitutas e cobradores de impostos. Nos ensinou através de seus exemplos que somos todos crianças, em um longo e áspero caminho de apredizado e, como tais, não temos discernimento suficiente para nos pormos a julgar quem quer que seja.

Erraram os jogadores, mas isso faz parte de seu aprendizado, e erram todos os que os condenam, porque não são melhores que os primeiros.

Mas lembremos do significado original da Páscoa, a festa da renovação da nossa fé, seja ela qual for, espírita, católica, protestante, evangélica, muçulmana, e qualquer das milhares de formas diferentes de buscar na fonte suprema de sabedoria e paz, Deus.

domingo, 28 de março de 2010

Inauguração e saudades

Estou inaugurando este blog hoje. Foi criado a mais de um ano, mas nunca senti que estivesse a fim de escrever nada aqui. Hoje, enfim, surgiu a motivação. Estava neste domingo modorrento, de céu amarrado e abafado assistindo (pasmem) ao VT do jogo Paulista e Ituano (emocionante, não?) quando minha ex-nora liga e avisa que o MTV estava reprisando o Acústico MTV que foi feito com a Legião Urbana.

Mudei de canal imediatamente e revi algo que vi centenas de vezes. Lembrei dos momentos que passei ouvindo as músicas e letras do meu maior ídolo musical. Mais que isso, refleti em tudo o que ele faria por essa nossa música, tão agredida por estilos ou ritmos odiosos, axés, funks e etc. Percebi a falta que o grande Renato fez a nossa cultura.

Ele estaria com 50 anos. Nós estaríamos mais cultos e "Pais e Filhos" ouviriam música de primeira qualidade.

Saudades, Renato Russo!