terça-feira, 12 de outubro de 2010

O assentador de tijolos

Estava fazendo uma faxina nos meus arquivos de mensagens quando encontrei esta, que recebi em 2001 qunado prestava serviços à Telesp Celular, que viria a se tranformar na atual Vivo. A empresa era administrada pelos portugueses da Portugal Telecom, e isso fez com que a história ficasse mais engraçada ainda. Considero esta a mais hilariante que conheço. Vamos a ela:


Leia a explicação que um operário português sinistrado deu à companhia seguradora, que estranhou a forma como ocorreu o acidente. Este é um caso verídico, e a transcrição abaixo foi obtida através de cópia de arquivo na companhia seguradora e enviado a Sul América pela agência de publicidade Young Rubican. O caso foi julgado no Tribunal da Comarca de Cascais.

"Exmos. Senhores,
Em resposta ao pedido de informação adicional, informo:
No quesito n.º 3, da participação de sinistro, mencionei "Tentando fazer o trabalho sozinho" como causa do meu acidente. Disseram na vossa carta que deveria dar uma explicação mais pormenorizada, pelo que espero que os detalhes abaixo sejam suficientes.

Sou assentador de tijolos. No dia do acidente, estava a trabalhar sozinho no telhado de um edifício novo de 6 (seis) andares. Quando acabei meu trabalho, verifiquei que tinham sobrado 350 quilos de tijolos. Em vez de os levar a mão para baixo, decidi colocá-los dentro de um barril, com ajuda de uma roldana, a qual, felizmente, estava fixada num dos lados do edifício, no 6º andar.
Desci o tal barril com uma corda, fui para o telhado, puxei o barril para cima e coloquei os tijolos dentro. Voltei para baixo, desatei a corda e segurei-a com força, de modo que os 350 quilos de tijolos descessem devagar (de notar que no quesito n.º 11 indiquei que o meu peso era de 80 quilos).
Devido à minha surpresa, por ter saltado repentinamente no chão, perdi a minha presença de espírito e esqueci-me de largar a corda. É desnecessário dizer que fui içado do chão a grande velocidade. Na proximidade do 3º andar eu bati no barril que vinha a descer. Isto explica a fratura do crânio e da clavícula partida.

Continuei a subir numa velocidade ligeiramente menor, não tendo parado até que os nós dos dedos das mãos estarem entalados na roldana. Felizmente que tinha recuperado minha presença de espírito e consegui, apesar das dores, agarrar a corda. Mais ou menos ao mesmo tempo, o barril com os tijolos, caiu no chão e o fundo partiu-se. Sem os tijolos, o barril pesava aproximadamente 25 quilos (refiro-me novamente ao meu peso indicado no quesito n.º 11). Como podem imaginar, comecei a descer rapidamente. Próximo ao 3º andar, encontro o barril que vinha a subir, isto justifica a natureza dos tornozelos partidos e das lacerações das pernas, bem como a parte inferior do corpo. O encontro com o barril diminuiu a minha descida o suficiente que minimizou os meus sofrimentos, quando caí em cima dos tijolos e felizmente só fraturei 3 vértebras.

Lamento no entanto informar que enquanto me encontrava caído em cima dos tijolos, com dores, incapacitado de me levantar, e vendo o barril acima de mim, perdi novamente a presença de espírito e larguei a corda. O barril pesava mais que a corda e então desceu e caiu em cima de mim, partindo-me as duas pernas.

Espero ter dado a informação solicitada do modo como ocorreu o acidente."

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